quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Património do início do século XX - do Lar para o Jardim



Panela de Ferro a servir de vaso para flores, Gaula. Foto ES

Um dos trabalhos que faltam estudos de pormenor é o das panelas de ferro, muito comum nos lares madeirenses da primeira metade do século XX. 

A pouco e pouco vou realizando o levantamento: das tipologias, marcas, formas de uso e funções.


Em Gaula, é muito comum ver o fenómeno de desfuncionalidade (ou refuncionalidade) deste património de ferro nas diversas formas decorativas de jardim, ou nos terreiros das casas.


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Pão de casa à moda da Rita, em Gaula



O início da manhã do ano novo trouxe o cheiro do pão caseiro e do forno quente. A lenha aquece a cantaria refractária vermelha do Caniçal até que a boca do forno dê o sinal cromático do aquecimento desejado para uma enforna do pão.
Rita Heliodora Martins a retirar o pão caseiro do forno.


O alguidar, hoje de plástico claro, e herdeiro da “amassadeira” redonda de madeira e do recipiente quadrado, leva farinha de trigo, batata-doce, sal, fermento padeiro e fermento em massa de pão, geralmente da última amassadura. Este condimento de massa lêveda, normalmente retirado da raspadura do alguidar, e que se chamava antigamente o “acrescento”, era guardado num pires de loiça de Sacavém, com a cobertura de uma folha de couve. Era colocado num armário de madeira ou na cantoneira da casa.


Perspectiva do forno de cantaria. Foto ES.


A massa, depois de bem amassada e misturada até “deixar de pegar”, fica uma hora a levedar abafada com toalha e cobertor. Entretanto, depois do forno varrido, é enfornado com a seguinte expressão:“Nosso Senhor te acrescente no forno / E graça de Deus pelo mundo todo/”.

Vigiado para não queimar demais, é retirado com auxílio de uma pá e a aguardar a chegada da manteiga. Bom demais…